Saúde pública
Município retomará castrações
Serviço será retomado após nove meses de interrupção. Previsão é de realização de mais de quatro mil procedimentos
Divulgação -
Na última quarta-feira, a prefeitura de Pelotas assinou o termo de colaboração com a ONG SOS Animais para retomar as castrações no município. Nesse novo contrato, o processo que compõe o programa de Controle Populacional deverá realizar ao todo 4.050 castrações durante o ano. O procedimento será gerenciado pela Secretaria de Qualidade Ambiental (SQA) e destinado a tutores de animais em situação de vulnerabilidade social e protetores.
Segundo a SQA, o novo acordo prevê 350 operações mensais, previstas no contrato para serem realizadas durante nove meses. Após esse período, serão feitas 300 intervenções por mês, em um período de três meses, o que vai totalizar as 4.050 previstas para o período de um ano. Os procedimentos serão feitos pela equipe de veterinários da ONG SOS Animais, empresa vencedora do processo licitatório aberto pelo Poder Público.
Ainda conforme informações divulgadas pela Secretaria, em parceria com a Ouvidoria do município, será realizado o cadastramento dos animais de pessoas em situação de vulnerabilidade e de protetores. Para ter acesso às castrações, os tutores devem estar inscritos no Cadastro Único e ser beneficiados por programas sociais do governo federal, mediante comprovação. Cadastros para protetores ainda estão sendo definidos.
Segundo o titular da SQA, Eduardo Schaefer, os tutores poderão buscar o serviço na Ouvidoria da prefeitura ou através de protetoras previamente cadastradas junto à pasta. Os critérios para a realização do procedimento serão maior a quantidade de cães tutelados (até cinco animais por tutor) e prevalência de fêmeas. Animais do Canil e encaminhados pela prefeitura por maus-tratos, zoonoses ou bravios também serão castrados. Todos ainda serão microchipados e cadastrados junto ao sistema de identificação do município para acompanhamento.
Benefícios da castração
De acordo com uma das veterinárias da ONG, Lorena Coll, o procedimento traz bons resultados, tanto para os animais, como para a sociedade. "O animal que não é castrado está mais suscetível a doenças. Uma cidade que tem um descontrole populacional de animais tem um meio ambiente desequilibrado, porque é muita disseminação de verminoses, doenças e sarnas, que também passam para o ser humano. Então não é só por amor aos animais", compartilha.
"O animal adquire mais resistência. As fêmeas não irão ter tumor de mama, infecção de urina e os machos não vão ter tumor de testículo. Tudo isso são doenças decorrentes da falta de castração. Eles são nossos companheiros, então temos que dar o mínimo de saúde", completa a veterinária.
Trabalho que vem de anos
Fundada em 1999, a ONG SOS Animais trabalha há mais de 20 anos sobre o princípio de Controle Populacional. Uma das primeiras ações da organização ocorreu em 2004, quando foi derrubada a lei municipal que permitia a eutanásia compulsória a animais deixados há mais de 15 dias no Canil Municipal. Em 2013, a prefeitura assinou o convênio juntamente com a ONG, através do qual passaram a ser realizadas as castrações gratuitamente. Desde então o convênio já chegou a ser descontinuado e depois retomado, por questões financeiras do município. Desde outubro do ano passado, no entanto, não estava mais sendo realizado.
Mesmo após o fim do contrato, o local seguiu realizando os procedimentos, dessa vez a baixo custo, para que pessoas em situação de vulnerabilidade pudessem levar seus animais. A ONG também oferecia, em alguns casos, a intervenção cirúrgica de forma gratuita. "Ano passado nós conseguimos realizar mais de três mil castrações a baixo custo e mais de 800 gratuitas", conta Lorena.
Para a realização dos procedimentos a prefeitura irá investir R$ 45,5 mil nos primeiros nove meses de castrações. Nos três meses finais, serão R$ 39 mil por mês. Ainda não há previsão para início dos trabalhos.
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